sábado, 24 de fevereiro de 2018

Sobre ESTADO LAICO


Ricardo Oliveira[1]

Para que possamos estabelecer uma compreensão mais elucidativa do fenômeno e da complexidade da relação ESTADO e religião, torna-se necessário esclarecer que, não só através de leis torna-se possível uma separação entre ambos, pois que no que concerne a atribuição do ESTADO, o principio da impessoalidade na teoria deveria prevalecer posto que o mesmo é regido por leis, mais as mesmas são feitas por homens e um fator preponderante a aplicação das mesmas e que, deve-se levar em consideração são as subjetividades de cada sujeito que as elabora  e a aplicam. Desta forma, a relação entre religião e ESTADO, o segundo deverá necessariamente ser hierarquicamente superior ao primeiro, pois que a representatividade do mesmo deverá atender as demandas sociais de maneira global, sem discriminação.
   Dito isto, é valido ainda destacar que as práticas religiosas em nosso território, quando desembarcaram por aqui em nossa terra brasilis, pressupunham não somente uma supremacia clerical, mas, sobretudo étnica, relembrando a Revolta dos Malês por exemplo, o que de alguma forma ou em certa medida, soterraram ou colocaram  em condições subalternas os demais credos, mesmo com o sincretismo e sectarismos velados nos dias atuais.
            Sobre a contemporaneidade no que diz respeito ao fenômeno religioso, podemos ainda refletir sobre um posicionamento um tanto quanto contraditório no campo filosófico de pensamento que tem sido demonstrado cotidianamente por nós reles mortais quando atribuímos a certos fenômenos naturais a intervenção de deuses ou divindades para justificarmos nossas falhas ou virtudes, ora, o empirismo e a cosmogonia são barreiras superadas faz algum tempo, vivemos na era da racionalidade, então porque ainda nos dias atuais sustentamos essas praticas?
 Este parece ser o nó górdio da questão o ser humano é o ser mais complexo que existe. Podemos compreender a sequencia de Fibonacci e a matemática, mas esta ciência aplica-se a quase tudo na natureza, menos ao ser humano.

            Desta forma relacionando a Fé e o fenômeno religioso(cosmogonia) e razão (cosmologia) representada aqui pelo papel do ESTADO respondendo a pergunta sugerida, é possível que retornemos ao Estado monárquico sim, pois que o homem ainda não reconhece em sua plenitude seu estado de natureza, com profundidade e, como diria Aristóteles: A essência do ser é a mudança... Complementando: ainda que esta seja uma incógnita.




[1]Graduado em Ciências Sociais/Faculdade de Filosofia de Campo Grande e Pós Graduado em Diversidade Étnica e Educação Superior/UFRRJ.