Branqueamento
e branquitude [1]
(Resenha) Por Ricardo Oliveira[2]
O branqueamento é considerado como
um problema do negro e este procura miscigenar-se no intuito de amenizar suas características
raciais(como uma saída emergencial).
Na verdade, devemos observar que
trata-se de um problema do negro na perspectiva que temos do olhar do branco
europeu, pois de outra forma, não haveria necessidade de tal procedimento para
buscar atenuar as peculiaridades da etnia negra e, com isso superar supostas expectativas
de aceitação por assim dizer na sociedade.
O modelo racial branco aparece como
ideal e universal e, por conseguinte, suas características como paradigma a ser
seguido e mantido pela elite branca brasileira.
Como destaquei em outra oportunidade,
este paradigma mantem-se até os dias atuais considerando-se um viés construído
religiosamente baseado na descendência adâmica que, por conseguinte, cimentou o
arquétipo da superioridade do branco sobre o negro. Nesse sentido, fez-se uma
apropriação simbólica que no imaginário social legitimou a sua supremacia e, em
contrapartida, soterrou a identidade racial do negro por assim dizer.
Em
trabalhos de pesquisa, é notório o silêncio e a omissão (voluntária ou não) e a
distorção em relação ao lugar que o branco ocupa no processo de relações raciais
no Brasil.
Evita-se
destaca-lo pois mesmo do ponto de vista socioeconômico, o privilégio simbólico
atenua as dificuldades.
A
conclusão que podemos chegar é a de que a projeção do branco sobre o negro no processo
de branqueamento ocorre por conta do MEDO do outro, do diferente.
[1] BRANQUEAMENTO E BRANQUITUDE NO BRASIL In:
Psicologia social do racismo –estudos sobre branquitude e branqueamento no
Brasil / Iray Carone, Maria Aparecida Silva Bento ( Organizadoras) Petrópolis,
RJ: Vozes, 2002, p. (25-58).
[2]
Graduado
em Ciências Sociais/Faculdade de Filosofia de Campo Grande e Pós Graduado em
Diversidade Étnica e Educação Superior/UFRRJ.
Nenhum comentário:
Postar um comentário